[Comic Store] OPERA RPG 1887: Sob o Sol do Novo México (OPERA RPG)

Desde o pioneiro Boot Hill passando por GURPS Old West, o novo Wild West OGL até o mais famoso: Deadlands, que ganhou uma versão para GURPS também, o gênero faroeste vem marcando presença na história do RPG. Mas não no Brasil: Nenhum destes títulos foi lançado por aqui e de RPG de faroeste só tivemos um artigo para AD&D que foi publicado na Dragão Brasil n°70 junto com a cidade Cross. Parece que Marcelo F. Paschoalin, autor do RPG Anel Elemental: O Legado para Fudge vem para mudar essa história.

O livro foi encardenado com páginas em papel cartão amarelo para dar a impressão de papel antigo e possui capa iconográfica com as ilustrações apenas razoáveis com maior destaque ao cenário em comparação aos personagens. O livro segue uma linguagem bem menos resbucada do que o Anel Elemental sem cometer os excessos do outro livro e agora para o sistema OPERA e não o FUDGE.

1887 começa com um conto que é um monólogo no qual são apresentadas três cidades ficícias do Novo México: uma cidadezinha (Rio Uivante), uma cidade grande (Sunder City) e uma cidade fantasma (Stonefield). Claro que nas proporções do Velho Oeste, já que muitas cidades do leste norte-americano já eram bem maiores que Sunder City nessa época. Para as duas primeiras cidades mencionadas há a descrição dos pontos importantes destas, tal como sallons, igreja, coveiro, hotel… O segundo conto é sobre um jornalista habitante do leste vem visitar seu primo do outro lado dos EUA e sendo apresentado à  cidade até que ele resolve contar-lhe um segredo…

O próximo capítulo (RPG no Velho Oeste) trata de uma visão geral do cenário assim como sugestões de como aventurar-se pelo cenário, a seguir vemos o processo de criação de personagem com a escolha da família que definem os atributos dos personagens e as profissões (em outros jogos o termo usado geralmente é “kit”) na qual o jogador tem de escolher. O detalhe é que o jogador tem que escolher 4 profissões, que podem ser iguais, começaando dos 10 anos de idade e uma profissão definitiva, sendo que nada é informado se é possível escolher uma outra profissão futuramente. O certo é escolher as profissões detalhadamente, para que não fique muito estranho. Logo depois temos uma longa lista de equipamentos tal qual o AE:oL, é muita coisa: Desde serviço comum, vestuário, armas, bordel, lazer e transporte. Mas acho que faltou alguma coisa: Qual é o preço de uma passagem de trem?

Logo depois: regras para duelos, cobrindo várias opções como o que acontece se você fica sem a arma no duelo? E se for preciso recarregar? E se for usar 2 rifles? Isso é praticamente impossível, já que temos penalidades em excesso o que dificultará muito… Passamos para os animais que têm como principal estrela o cavalo e seus truques, tanto que ele aparece na ficha de personagem. Outros animais presentes são: Abutres, búfalos, cães, carcajus, castores, cobras, coiotes, corvos, gado, jumentos, mulas, pumas e ursos.

Os vendedores de óleo de cobra são aqueles vendedores que vendem a poção que cura tudo, para situar melhor: o Zeca Urubu aparece às vezes como um vendedor desse tipo no Pica-Pau. Eles aparecem nesse capítulo junto com os médicos verdadeiros, drogas e bebidas. Assim também temos as punições pelos vários tipos de crime e regras para calcular as recompensas dos ladrões e assassinos que serão presos. Há também a tribo dos Pueblos, baseadas em vilarejos indígenas.

Nos apêndices temos duas aventuras introdutórias que dão idéias de como o jogador pode utilizar o livro e o cenário, regras para faroeste espaguete, 7 personagens e o sempre onipresente OPERETA.

Como conclusão, o Marcelo Frossard deu uma grande bola dentro, aproveitando um tema que não aparece nos RPGs nacionais criando um livro coeso e de fácil leitura. É bom para mostrar também para aquele parente que adora ler aqueles livrinhos de Bang-bang e acha que é perda de tempo ou tem preconceito com jogar RPG…

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