Anima Project: Inviável ao Brasil?

Site: Anima Project

Alguém ai ainda se lembra desse projeto ? Pois é: o outrora visto como promissor novo RPG afundou no brejo, caindo no esquecimento. Mas por quê? Primeiramente, devido a muitos contratempos; e “n” fatores que barram a conclusão e aceitação no mercado brasileiro. Para deixá-los cientes da cituação, citarei alguns deles (aviso que irei cutucar na ferida de muita gente):

1- O mercado de RPG de mesa está instável, saturado e em fase de declínio. Ninguém (leia-se: editores) tem coragem em apostar em novas idéias, pois preferem ganhar lucros em cima de idéias recicladas apostando em fórmulas que um dia deram certo;

2- Tendo em vista a tendência do mercado em se dedicar unicamente ao publico mais jovem ( os jogadores novatos), batendo de frente com os conceitos iniciais do Anima (que foi escrito tendo como alvo os jogadores intermediários e veteranos);

3- Num mercado que “só engole” fantasia medieval, é inviável arriscar em outros gêneros não populares de narrativa (lembrem-se que bons títulos como Shadowrun, Cyberpunk 2020, Gurps, Castle Falkenstein e outros, não deram certo em território tupiniquim). O que não é pop, não vende;

4- Devido ao excesso de “estrangeirização” da cultura jovem. Jogadores veteranos se recusam a comprar RPG’s e quadrinhos Made in Brasil; o publico mais jovem, em grande maioria Otakus, só tem olhos para os Narutos, CDZ’s, Ragnaroks, Inuyashas e Pokemons da vida… E os garotos que se vestem de preto só querem saber de Vampire & compania. Com um público-alvo nessas condições, é inviável apostar em projetos novos que tentem concorrer com o produto estrangeiro;

5- A idéia de um Manga, é mais inviável ainda. Com a superlotação de títulos estrangeiros de peso nas bancas e eventos, não há espaço para produção nacional. O dono de um certo grande evento de Animes/RPG’s de Sampa me disse: “Quadrinhos e RPG’s Made in Brasil não dão dinheiro. Por isso isso é besteira investir nisso”.

6- Pelo fato de que a mitologia e narrativa do anima não se encaixarem com o padrão cultural-pop do consumidor brasileiro. O gênero Tecnofantasy tem mais afinidade com a Ficção Científica-SCI-FI (gênero que não faz sucesso no Brasil). Como nosso pais não tem tradição cientifica, e grande preguiça de ler… Num mercado que só vive de fantasia medieval (e que ironicamente já está enjoado dele…)

7- Pelo fato de que 85% do publico Otaku abominar RPG’s de mesa, e 85% dos RPGistas abominarem o gênero anime-Style (que paradoxo, hein ?). Assim torna-se difícil agradar um publico tão deslocado;

8- Por outros motivos que não interessam contar aqui;

Bem, agora vcs devem estar se perguntando: o Anima definitivamente morreu? Oficialmente, sim. Mas seus criadores são teimosos, e possuem planos mais distantes (e suicidas): arriscar as ultimas fichas num mercado que possa aceitar o projeto, um mercado que tenha condições de adaptabilidade cultural e financeira para sustentar a idéia. Sim, meus amigos, o Anima agora é produto de exportação, feito pra gringo e europeu comprar.
Mas, se alguém conseguir me provar o contrario, ou seja, que ainda vale a pena investir aqui, estamos abertos para negociações…

Grato pela atenção de vcs,

One Man Army,
Anima Project, desmotivado, mas ainda vivo…
(Ah, e boa sorte pros caras do Projeto Ephyrea).

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